25/11/2006

CABEÇAS DE LUZ

Ah! Como eu queria que tudo em mim se transformasse em luz!
Diante das grandes sínteses do pensamento humano, o meu espírito foi inundado por essa claridade que torna inútil qualquer demonstração para se conhecer a verdade. Todas as evidências manejadas com génio, fazem fácil o difícil, conhecido o mistério, acessível o infinito.
Legião redentora de homens com cabeças de luz!
Sem eclipses de entendimento nem quebras de cansaço, essa raça de eleitos foi capaz de vencer as escuridões e os silêncios de um mundo condenado a girar no espaço sem quê nem para quê, como outros planetas mortos ou mal vivos.
Eu não fui dos que receberam a luz gratuìtamente. Paguei-a por um preço elevadíssimo de esforços e sacrifícios que me deixaram pouco tempo e poucas forças, para a transmitir aos outros.
Não lastimo o facto. Clamo, sim, contra os criminosos que fizeram de mim tudo aquilo que não chego a ser: uma claridade entre as trevas deste tempo de mecanomanias, violências, fomes, injustiças, e que mais?

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