27/11/2006

ANATOMIA SOCIAL LEPROSA

A primeira impressão é por via de regra, a última recordação.
Ao frequentar países estrangeiros colhi deles, uma imagem estragada de amoralidade como regra de vida. Amoralidade em excesso. Demasiada amoralidade. Um sem fim de manifestações de impudor, de descargas de egoísmo; uma enxurrada de má educação por toda essa Europa fora.
Chega a ser ridícula a segurança de se encontrar decadência em todos os povos que compõem a imensa colmneia europeia. Infalìvelmente qualquer um desses países para além dos Pirinéus, por caro estipêndio, note-se, oferece a indigência do primeiro pecado mortal, e do segundo, e do terceiro, até ao sétimo, mostrando uma anatomia social leprosa, a desfazer-se aos bocados.
É de temer que esse efeito tenha como causa uma agência internacional de corrupção e perversão, infiscalizáveis. O viajante encontra Sodomas e Gomorras com a mesma facilidade com que encontra Bancos e Monopólios. Esta analogia sem premeditação, deixa-me na dúvida se as primeiras são sucursais dos segundos, ou se estes são a casa-mãe de todos os vícios daquelas.
De qualquer maneira, o excesso quantitativo do mal gera-se na adoração sacrílega do dinheiro. A sordidez do dinheiro criou uma nova espécie de escravos revoltados contra os valores positivos da vida, para se entregarem ao gozo pueril de todos os prazeres físicos e mecânicos.
Quando a decadência de uma época oferece unanimemente, um saldo astronómico de impureza no balanço entre o bem e o mal, a morte da sua cultura é mais do que irremediável, é fatal. E embora se reconheçam instrumentos de genialidade potente na civilização mecânica que está a deslumbrar o homem em todas as latitudes deste pseudo continente que é a Europa, a posteridade não lhe perdoará a estupidez do suicídio materialista e ateu dos seus povos, afinal mal entrados na infância da evolução.

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